Um (Re)Começo Fantástico! (Parte I)
Quatro vezes fantástico, assim começou a era Marvel dos quadrinhos que nos brindou com um panteão de heróis nunca visto até então.
Ironia do "Destino", a inspiração do grupo proposto por Lee e Kirby foi inspirado nas histórias dos Desafiadores do Desconhecido, um quarteto de aventureiros (não super - heróis) que enfrentava seres futuristas e criaturas monstruosas. Grupo esse criado pelo próprio "Rei" para a DC em 1957.
Sue Storm, futura senhora Richards a Garota - Invisível, evocava a Invisible Scarlett O’Neil (Russell Stam, 1940)
Seu irmão Johnny foi uma homenagem ao Tocha - Humana original de Carl Burgos (1939). Já o personagem mais querido do grupo, o Coisa, tem semelhança com os monstros de pedra das revistas de terror e ficção da própria editora.
Ironia do "Destino", a inspiração do grupo proposto por Lee e Kirby foi inspirado nas histórias dos Desafiadores do Desconhecido, um quarteto de aventureiros (não super - heróis) que enfrentava seres futuristas e criaturas monstruosas. Grupo esse criado pelo próprio "Rei" para a DC em 1957.
Desafiadores do desconhecido
Porém esse grupo não tinha poderes e nem relações familiares e problemas cotidianos e também não faziam alusão aos problemas políticos da época. Já os personagens, individualmente tiveram como fonte inspiradora outros heróis: Reed Richards, o Senhor Fantástico, lembrava muito o Homem-Elástico da DC, inclusive ambos tendo como par romântico uma "Sue" (Elongated Man de John Broome e Carmine Infantino, 1960 pela DC)
Homem-Elástico, herói da Distinta Concorrência
Sue Storm, futura senhora Richards a Garota - Invisível, evocava a Invisible Scarlett O’Neil (Russell Stam, 1940)
Invisível Scarlet O'neil
Seu irmão Johnny foi uma homenagem ao Tocha - Humana original de Carl Burgos (1939). Já o personagem mais querido do grupo, o Coisa, tem semelhança com os monstros de pedra das revistas de terror e ficção da própria editora.
Outra ironia é, que graças as boas vendas de gibis da Liga da Justiça (da Distinta Concorrente) é que renasceu o Universo Marvel com a criação do Quarteto Fantástico! Esse recomeço, no início da década de 60 (novembro de 1961 com a Fantastic Four #1) se dá em virtude, especialmente, do diferencial que, já nas primeiras edições, esse novo universo trouxe aos leitores, tornando-se um sucesso de vendas já no seu primeiro número. A exploração de temáticas diferenciadas, que remetem ao uso da tecnologia e a viagens espaciais e também ao contexto político que vigorava na época: A guerra fria e principalmente a corrida espacial, que na época os URSS venciam, bastando lembrar que Gagarin foi ao espaço alguns meses antes do lançamento da Revista. (abaixo).
Fantastic Four #1 - A motivação pra viagem que foi fundamental para a criação do grupo foi a corrida espacial.
A imagem acima também reflete outra característica que seria inserida na era Marvel, os personagens são mais “reais”, falíveis, com defeitos comuns ao leitor. Reed é machista, Sue é por demais delicada, Johnny é um adolescente típico e Ben é orgulhoso e brigão e que sempre se põe a prova. Na imagem acima fica bem claro a personalidade do "Coisa" frente ao desafio feminino.
Na primeira História, o Quarteto Fantástico já mostra ao mundo que o tom de suas histórias serão realmente fantásticas. A introdução do Toupeira faz também a gente perceber que as motivações que tornam o personagem um “vilão” tem uma história elaborada, mesmo inserida em um contexto absurdo.
Fantastic Four #1 – primeira aparição do Toupeira. Já surge o
conceito do Vilão que é impulsionado por uma sociedade preconceituosa para vilania.
Já em seu segundo número (Janeiro de 1962) o Quarteto Fantástico enfrenta uma Invasão Secreta, sim décadas antes os Skrulls tentaram efetuar a primeira de muitas tentativas de conquistar nosso planeta. Esse elemento passou a estar cada vez mais presente no imaginário juvenil desde a transmissão de rádio de uma "invasão alienígena" de Orson Welles que apavorou a américa e o episódio da "Área 51".
Outro detalhe é que podemos perceber a evolução dos personagens, principalmente os Invasores que algumas edições depois vão ser menos caricatos e mais bem acabados. Vale destacar a veia cômica e de propaganda de Stan Lee, usando seus outros títulos dentro da história.
Fantastic Four #2 – no detalhe, marca registrada da equipe, as discussões e a evolução dos personagens.
Nessa evolução dos personagens encontramos também elementos preconceituosos, como no fato da Sue, a mocinha do Quarteto, ter como codinome “Garota” Invisível, ou seja, um sinônimo de fragilidade, então uma personagem que apenas ficava invisível ainda não projetando campos de força. E não raro estando em perigo e tendo que ser salva por seus pares, nada mais machista. Em contrapartida o seu par romântico é o “Senhor” fantástico e não o "Garoto" Fantástico!
Fantastic Four #3 – Planta do Quartel general do Quarteto e a importância aos detalhes.
A Capa da primeira Hq da Era Marvel dos Quadrinhos mostra a genialidade de Jack Kirby ao apresentar os personagens. A garota-invisível em perigo, o Senhor Fantástico conseguindo escapar, a força bruta do Coisa e a impetuosidade juvenil do Tocha Humana. Características individuais dos personagens. Além disso o monstro ao centro da imagem e os membros nos cantos dando uma idéia de individualidade e ao mesmo tempo que se trabalharem em grupo pode-se superar os desafios.
Fantastic Four #1 - Capa sugestiva, Garota-Invisível em perigo como a protagonista de King-Kong, sendo a tônica da personagem nas primeiras histórias.
Em seu terceiro número (março de 1962) a Revista já apresenta elementos que se perpetuariam pelas décadas seguintes, a apresentação de sua Base no Edifício Baxter e os uniformes, também nos brindando com mais uma cena “Machista” do Reed Richards na série, e que vai ser uma constante por um bom tempo. O interessante é que fica claro a importância que passa a ser dado na continuidade e nos detalhes que vão se revelando.
Fantastic Four #3 – Os uniformes que virariam item básico dos “Fantásticos”.
Algo importante de frizar é que nesses primeiros três números da Revista os vilões que são derrotados não mortos, ficando sempre a possibilidade de retorno, além disso o reforço das características dos protagonistas, dando a idéia de que vieram realmente para ficar.
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