Os Primórdios da Marvel Comics

Crônicas de um marvete Marvado

Heróis Genéticamente modificados

Os Personagens mais originais criados pela dupla Lee & Kirby foram, sem dúvida nehuma os Mutantes, pois eles dispensavam o uso da radiatividade de raios Gama, Cósmicos ou criações de poções ou soros e afins. Eles traziam em seu DNA algo a mais, algo eXtra que se manifestava em forma de algum poder na puberdade. Como eram muito jovens e precisariam aprender a lidar com os seus poderes ganharam um Professor e uma Escola, surgiam assim fabulosos "Mutantes". Mas Martin Goodman não gostou do nome e pediu a Stan Lee uma outra designação para o super-grupo. O roteirista então chegou ao novo nome, que vem da Letra "X" de "extra" ou Homens com algo a mais, X-men!

                         X-men #1 - Capa da primeira revista Mutante onde temos a primeira aparição de Magneto.

Mas essa criação também teve inspirações uma delas, e com certeza a mais famosa, a "Origem das Espécies" de Charles Darwin que tratava a evolução como uma constante mutação e baseado nesse discurso surgiu a figura de Magneto que entendia os mutantes como mais uma escala na evolução humana. Outra fonte foi o livro "Children of the Aton" de Wilmar Shiras em uma história de adolescentes que ganham poderes por meio de manipulação genética.

                                          Capa do livro "Children of the Aton", inspiração primária dos X-men.

Em sua história de Estréia em X-men #1 de Setembro de 1963 encontramos muito dos elementos que tornaram o supergrupo uim sucesso futuramente: O usa da telepatia para se comunicar com os alunos, a sala de treinamentos (que ainda não tinha essa definição) e o trabalho em conjunto dos X-men contra Magneto em sua primeira aparição. Notamos que nessa história também o momento histórico é revelado com a presença do Exército e seus testes militares, uma constante no período da Guerra Fria que vivia a Sociedade, além disso o Machismo reinante na época se retratava nas constantes cantadas sofridas por Jean e a aparente atração que Charles Xavier sente pela sua pupila.

                           Página de X-men #1 - O Professor X treina o uso das habilidades de seus alunos.

Esse é o início de uma Grupo de personagens que viriam a se tornar ícones em um futuro próximo e que vieram cobrir mais uma camada do Universo Marvel!

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A Magia tem seu Mestre Supremo!

Em muitos dos textos publicados nessa coluna denominada "Primordios Marvel" eu falei que a construção do Universo desses super-heróis se deu em "camadas". Pois a camada mística se inicio em Julho de 1963 nas páginas de Strange Tales #110, na última história da revista. Porém essa hq não trouxe a origem do personagem (que se daria cinco meses depois) e sim uma história muito bem amarrada onde ele enfrenta um de seus Vilões que retornariam para assombrar diversos personagens e em especial esse Super-herói: "Pesadelo". Outro dado interessante dessa primeira aparição do Doutor Estranho é que ele já usa algumas de suas capacidades místicas mais famosas a projeção astral e o uso de seu amuleto (que ainda não tinha nome).

                          Strange Tales #110 - Primeiras aprições do Doutor Estranho e do vilão Pesadelo

Em Strange Tales #111 (Julho de 1963) e #114 (Novembro de 1963) o Doutor Estranho reaparece enfrentando um vilão que se tornaria um clássico adversário o Barão Mordo. Em histórias curtas e intensas onde se abusa do uso de projeção Espiritual e a magia contida no Amuleto Mágico (futuro olho de Agomotto) além dos conselhos de seu Mentor. O detalhe do tamanho das histórias se dá por se tratar de histórias que complementavam a Revista que era estrelada pelo Tocha-Humana.

                                                          Strange Tales # 111 - Primeira aparição do Barão Mordo.

                                                         Strange Tales #114 - novo confronto com Barão Mordo

Em Strange Tales #115 de dezembro de 1963 é que vamos conhecer a história que levou um ocidental a se tornar o "Mago Supremo", novamente (a exemplo das aparições anteriores) com roteiro de Stan Lee e arte sensacional de Ditko, diga-se de passagem. E que história! É explorada lado humano do personagem seus defeitos próprios de uma pessoa bem sucedida que deixam o sucesso subir a cabeça, e que parte em busca de cura e o encontro da redenção.

                                                       Strange Tales# 115 - curiosidade: é citado pela primeira vez a entidade Dormammu.

                                            Strange Tales# 115 - é apresentada a história do Stephen Strange, do egocentrismo a redenção.

O personagem que foi inspirado em um programa de rádio (Xandu, o Mago) e que assim como Hank Pym, não nasceu pra ser herói, se tornou como o tempo, ponto vital na coesão do Universo Marvel recém criado.

　

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Uma Armadura, um cérebro e um Super-herói

Esse, com certeza, é um momento especial. A Hora de relembrar o maior responsável pela criação do Universo Marvel no cinema. A criação do Homem de Ferro passa pela necessidades de Stan Lee de ampliar o número de Super-Heróis da Editora, para ocupar as páginas de outra de suas rrevistas de ficção: a Tales of Suspense e, também de ampliar seu Universo heróico pra construção de mais um Supergrupo aos moldes da liga da Justiça, da concorrente.

                           Tales of Suspense #39 - Primeira aparição de Tony Stark e o Homem de Ferro

Mas esse caminho passa também pelo nicho histórico: já tínhamos o Quarteto Fantástico ocupando a "camada" das viagens espaciais e monstros, Hulk que nos trazia os testes nucleares e a ansiedade gerada pelo medo da radiação, o Homem-Aranha e a juventude estudantil e cotidiana, Thor na camada mitológica que se ampliava, o Homem-Formiga e a espionagem e ciência, O Doutor Estranho nos brindaria com o misticismo. O que mais faltava? muita coisa, mas os temas do conflito do Vietnã e a industria de armas e a espionagem industrial ainda não haviam sido abordados.

Inspirado pelo personagem "Bozo" (é isso mesmo!) um robô/armadura que desfilou pela revista Smash Comics na década de 40 e no Industrial bilionário Howard Hughes (aventureiro e mlherengo) e aproveitando o momento bélico que os EUA passavam na Indochina a Marvel ganhou um dos personagens mais importantes de sua história.

                         Smash Comics #5 - capa onde aparece Bozo, inspiração primária do Homem de Ferro.

                                Tales of Suspense #39 - Stark gênio a serviço dos militares na Guerra do Vietnã.

Em seu primeia aparição, em Tales of Suspense #39 de março de 1963, temos os elementos que constituiríam Tony Stark: sua intreligencia e habilidade como contrutor e fornecedor de armas e sua vida glamurosa. Além disso percebemos que a armadura pode fornecer muitas possibilidades e isso passa a ser cada vez mais explorado. Vale destacar a arte de Don Heck que "casa" muito bem com os personagens e cenários e sua excelente exploração do visual do protagonista e sua semelhança com Howard Hughes.

                         Tales of Suspense #39 - O Glamour de sua vida de playboy já em sua primeira aparição.

A forma caricata e com dualismo latente do Bem (americanos) vs Mal (Vietcongs) e representada na figura do Líder vietnamita que enfrenta Stark e na fuga covarde de seus soldados. Preconceito se estenderia pelas próximas histórias onde os comunistas são o principal alvo (vilões). Outros elementos serão, pouco a pouco, incrementados e/ou aprofundados como a espionagem industrial, a bebida, as mulheres e as constantes mudanças em sau armadura, mas essa é uma outra história.

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Túnel do Tempo - Fevereiro de 1963

A Marvel, em Fevereiro de 1963 nos brindou com quatro Revistas, cada qual com um nível diferente e quase todas com alguns detalhes interessantes. Parecia que estavam adivinhando que no mês seguinte teríamos a estréia da Amazing Spider-man e do Homem de Ferro em Tales of Suspense #39! Mas em tratando-se de Fevereiro as que tiveram um "desempenho" mediano foram as Hqs Journey Into Mistery #89 com Thor enfrentando bandidos mequetrefes, mas ainda utilizando alguns elementos mitológicos interessantes e claro, com mais um ascesso de machismo de Stan Lee com a caricatura de Jane Foster que sonha em "cuidar" de Thor como uma típica esposinha (Meo Dels) e Tales to Astonish # 40 onde o Homem-formiga enfrenta o Raptor (eita!) porém nessa história fica de positivo a genialidade do Pym ao nos apresentar as "Moléculas instáveis", provavelmente uma criação conjunta com Reed Richards.

                                   Jorney into mistery #89 - reforço das oringens mitológicas do personagem.

                                        Journey into Mistery #89 - Jane Foster retratada de forma "tradicional".

                             Tales To Astonish #40 - O Cientista Henry Pym e as "moléculas instáveis".

Apesar do Destaque negativo de Strange Tales #105 com mais uma aventura desnecessária do "cabeça-de-fósforo" (quando enfrenta novamente o Mago) o mês também teve o Quarteto Fantástico em uma aventura que chega a ser divertida de tão absurda! O enfrentamento com o "Homem-ímpossível" é das coisas mais bizarras que já vi em histórias de Super-heróis...

                                               Strange Tales #105 - Encarando a Vingança do Mago...

                                            Fantastic Four #11 - Eis que surge o "Homem-impossível"...

O mês de fevereiro não deixou saudades, entre muitos Hqs interessantes, criação de personagens e unificação do Universo Marvel também tivemos algumas "crises" de criatividade, marcadamente os dois primeiros meses de 1963... A sorte é que março no brindaria com a volta da qualidade e com novos personagens pra enriquecer e construir a Era Marvel dos Quadrinhos. Aguardem!

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Túnel do Tempo - Janeiro de 1963

A Marvel entrava 1963 com a publicação de seis títulos e e quase todos eles tendo como carro chefe os seus Heróis (a exceção ainda era Tales of Suspense, mas isso mudaria em Março com a estréia do Homem de Ferro!), dando proseguimento na construção desse Universo Fantástico. Journey Into Mistery #88 trazia uma nova tentativa de Loky derrotar o Deus do Trovão e o fortalecimento de sua mitologia que vai culminar com os "contos de Asgard", alguns meses depois. Interessante perceber que se reforça a sensação de continuidade aplicada em todos os títulos.

                                           Journey Into Mistery #88 - Loky retorna para sua vingança.

                                              Jorney Into Mistery - Continuidade e os Elementos mitológicos presentes.

O primeiro mês de 1963 também trazia o Quarteto Fantástico em mais um confronto clássico com o Doutor Destino, esse é simbólico pois o roteiro desse enfrantamento é usado décadas depois na animação do Super-grupo: a troca de corpos entre Victor Von Doom e Reed Richards. Além disso podemos destacar a aparição da dupla Lee e Kirby dentro do Universo dos heróis.

        Fantastic Four #10 - Destino volta a atacar o Quarteto e se solidifica como o maior adversário do Super-grupo.

       Fantastic Four #10 - troca de corpo entre Richards e Doom, décadas depois o roteiro é usado na animação dos Heróis.

                                                            Fantastic Four #10 - Aparição da dupla Lee e Kirby.

Outra revista que estava nas bancas nesse mês foi a Strange Tales #104 em uma história que se destaca pela primeira aparição de Pete Pote de Cola, como vilão da trama envolvendo o Tocha-humana em mais uma história solo. A Hq em questão é boa de se ler e tem um ritmo alucinante, sendo com certeza a melhor história dele nesse período.

                                                          Strange Tales #104 - Eis que surge "Pete Pote de Cola"!

Em Tales to Atonish #39, mais uma aventura do Homem-formiga, dessa vez enfrentando um adversário "inesperado", um besouro radiativo, que se revolta contra a humanidade (aff!), numa história realmente desnecessária.

                                              Tales to Astonish # 39 - o Homem-formiga enfrenta o Besouro Escarlate.

A Editora ainda teria a última Edição do volume 1 de incrivel Hulk, em mais uma história que o personagem é mal aproveitado, apresentando algumas bizarrices, como uma transformação parcial do personagem (corpo de Hulk e cabeça de Banner) e encontrando saídas para os problemas de forma absurda (Banner usando máscara do Hulk), E um confronto contra um vilão mal trabalhado (de novo...) O Mestre dos Metais.

                                                  Incrivel Hulk #6 - derradeira edição do primeiro volume do Verdão.

                                        Incrivel Hulk #6 - Corpo de Hulk cabeça de Banner, os fãs não merecem...

Mas o cancelamento da série teve uma boa consequência: o personagem passou a ser trabalhado melhor e propiciou alguns excelentes Crossover que amarraram ainda mais o Universo que nascia, até ganhar uma nova série de histórias solo em Tales to Astonish.

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Duas Histórias Dispensáveis

Nem tudo foi flores. O Ano de 1962 se encerra com duas Revistas com Histórias dispensáveis. Jorney Into Mistery #87 apresentou uma das piores histórias do Thor na Era Marvel dos quadrinhos, onde ele enfrenta comunistas e é preso por correntes "tratadas", santa paciência "Coruja-Gavião"!! Até mesmo o uso dos "poderes" do Martelo são caricatos e Jane Foster continua sendo apresentada como uma mocinha estereotipada, ainda bem que essa é uma excessão em se tratando do "deus do Trovão" que terá, em Média, Boas histórias e arte exuberante de Kirby e Sinott.

Journey Into Mistery #87 - Donald Blake patriótico e anticomunista... retrato do pensamento dominante.

No início da História o apelo anticomunista é latente e o "auxílio" do Dr. Blake realça esse momento histórico presente na época e faz uma relação, inclusive com a citação do último grande conflito entre os polos teóricos Capitalista e Comunista: A Guerra da Coréia.

                                   Journey Into Mistery #87 - Thor enfrenta os Comunistas e acaba prisioneiro.

                                   Journey Into Mistery #87 - Faíscas cegantes em uso. Poder dispensável.

                                          Journey Into Mistery #87 - Jane Foster, futilidade é pouco.

Também o Quarteto teve uma revista não tão boa como as anteriores, mas pelo menos, reforçou alguns elementos importantes de sua mitologia: os problemas cotidianos afetando as relações entre seus membros, afirmação do interesse de Namor pela Sue, a presença da Alícia e até se pode citar como interssante a adição de personagens da "vida real" dentro da História.

                                    Fantastic Four #9 - Os problemas financeiros afetam o Quarteto Fantástico.

                                        Fantastic Four #9 - Alícia continua a aparecer na vida de Ben Grimm.

Além disso mostra como Namor fez riqueza e passou a utilizar alguns poderes nada usuais. A Hq se encerra com premier do filme do Quarteto Fantástico, em uma espécie de premonição do que viria décadas depois.

                 Fantastic Four #9 - Alfred Hitchcock, John Wayne e Ava Gardner aparecem no Universo Marvel.

                                                  Fantastic Four #9 - Namor trilhardário! e Sue se derretendo pro "Peixoso".

                                                      Fantastic Four #9 - Namor usando um "Poder" nunca antes visto...

                                                              Fantastic Four #9 - Fianl Feliz e "cinematográfico".

Também tivemos outros títulos em dezembro de 1962, como Tales To Astonish #39, com o aparecimento do Cabeça-de-Ovo, Strange Tales #103 onde Storm vai parar em outra dimensão (pérola) e o incrível Hulk onde ele enfrenta Tyranus e se veste de Abominavel Homem das Neves(???)... realmente esse não foi um mês muito feliz na Era Marvel dos Quadrinhos.

　

　

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Universo Fantástico em Expansão.

Pelas páginas do Quarteto passaram as primeiras grandes novidades no mundo dos quadrinhos: heróis com problemas e defeitos, a inserção de elementos cotidianos nas histórias enfim, sempre foi um título pioneiro da Marvel. E isso continuou por um bom tempo. Nas páginas da Fantastic Four #6 de Setembro de 1962 houve a primeira "aliança do mal", entre Doutor Destino e Namor projetando que novos encontros entre personagens estavam por vir. Em meio a isso mais um capítulo da novela "coisas mal-resolvidas" entre o Principe Submarino e a Sue Storm.

                                                                      Fantastic Four #6 - A primeira Aliança do Mal.

                                                                  Fantastic Four #6 - O intersse mútuo e reprimido entre Namor e Sue.

Legal também é a importância dada aos fãs, o respeito a sua opinião e a interação também nas páginas da Hq, com respostas as cartas e até visita ao fã.

                                                   Fantastic Four #6 - Responder as cartas e visitar os fãs, um elemento diferente nas revistas.

A Edição número 7 de Fantastic Four (Outubro de 1962) trouxe uma histrória fraca de invasão alienígena, o que foi compensado na edição posterior com o confronto contra O Mestre dos Bonecos , em sua primeira aparição e a inserção de mais um personagem importante: Alícia Masters, que enriqueceu consideravelmente o Universo dos "Fantásticos".

                                                    Fantastic Four # 7 - História dispensável também ocorreram nesse título.

                                     Fantastic Four # 8 - Em Novembro de 1962 a inserção de importantes personagens: 
                                                              Alicia Masters e o Vilão "Mestre dos Bonecos".

Nota-se que vai se dando importância, cada vez maior aos coadjuvantes, o que será mais um diferencial do Universo Marvel em um futuro próximo...